Intitulatio [dar-se a si próprio um título].

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Inglaterra

Como já manifestei aqui neste meu cantinho, o “british” museu tem, no seu acervo, tudo e mais alguma coisa que não seja “british”.
Ou se tem, tem-no escondido. Será por falta de espaço ou por vergonha?
Gostava de, pessoalmente, tirar esta minha dúvida. Se calhar será só apenas ignorância, uma falha na minha formação.
Máscara asteca, Desenho japonês (Hokusai), Moedas helenísticas, Miniatura indiana, Escultura egípcia ou grega, Desenho do barroco holandês (Rubens), Cilindro de Ciro, o Estandarte de Ur, Gravura da renascença alemã (Hirschvogel), Ourivesaria persa, Pedra da Roseta, frisos do “partenom”, colecção de relógios portugueses e restantes universalidades que não tenham origens nas ilhas britânicas. São estes alguns exemplos das peças mais notadas do seu acervo e, ou sou eu que já nada percebo de história ou de geografia, nenhuma será de origem inglesa. Ou será que os gajos são tão superiores que todo é considerado “british”? Será que vivo, não no planeta terra, mas sim no “british planet”?
Não se sentem alcovitados? Eu cá sinto e muito. Quase tanto como o facto da origem da quantia gasta na compra de todos os cisnes que se banham no seu território. Segundo descobri à pouco, a srª Isabel, a rainha daquelas bandas, será a dona de todos estes animais… A quantia terá saído da sua fortuna pessoal ou do erário público? Aliás, a fortuna será mesmo sua? Será uma pessoa capaz? Penso que não pois até, no hino nacional, se apela a Deus para que este a salve (“God Save the Queen”)!
Eu cá acho que é uma sociedade envolta em grandes mistérios.
Sabiam que não se pode fotografar quase nada em Inglaterra? Será para não existirem provas fisicas de que até as ruas foram surripiadas a qualquer fracção da humanidade? Ou será apenas vergonha?
Porque serão, quase todos os seus edifícios construídos em “tijolo de burro”? Será uma homenagem aos seus arquitectos e engenheiros? O Brasão de Inglaterra tem três leões, deveria, deste modo, ter três burros? Afinal o brasão e os tijolos têm a mesma cor!
Até o edifício do museu parece afugentado de alguma parte…
Inglaterra é, tal como o Entroncamento, uma terra de fenómenos.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Exteriorização de ...


Hoje, no uso de uma das tarefas inerentes à minha profissão, atendi mais uma pessoa ao balcão. Até aqui não há nada de especial. O assunto era apenas mais um no meio dos milhares que por aqui morrem. Idêntico a todos os outros.
O que me cunhou foi a pessoa por detrás do assunto. Os assuntos aqui apenas diferem no seu valor, sendo, deste modo, chatos e nada dignos de reparo. Chatos por serem impessoais, descaracterizados por não possuírem um semblante.
Mas este sofreu uma metamorfose deixando de ser impessoal e adquirindo uma cara.
E afectou-me. Afectou-me a cara e, particularmente, os olhos que a caracterizam.
Não sendo uma pessoa especialmente ou particularmente harmoniosa tinha uns olhos de um azul próprio, raramente visto. Mas esse azul tornou-se notório, não pela côr, mas sim pela falta de luz, brilho, como se não espelhassem qualquer alma. Eram tipo os olhos de vidro, sem a inerente fulgência deste, de Nesperennub, um sacerdote do templo de Karnak, que, recentemente, teve seu sarcófago aberto. Isto claro,a história do sarcófago, no "British Museum".
Será que já repararam que o dito museu faz exposições de tudo e mais alguma coisa que não seja “british”? Mais isto é outra história. Uma história para outro dia.
Voltando à fábula dos olhos.
Aquela alma, desprovida de qualquer força, brilho ou emoção permanecia perente mim, tal e qual como se, fisicamente, não existisse. Um mono, um autêntico estafermo.
A razão de tal estado bizonho? Um par de calças que a levou a contrair uma divida em seu nome, em troca do velho e desejado compromisso do sexo, e a consequente fuga, do par de calças, para Londres. (Talvez para ver a múmia de Nesperennub!!!). A consequência? O cataclismo pessoal que inclui a privação de trabalho, a caída nos psicotrópicos e a perda do brilho que converteriam os seus olhos num dos mais agradáveis que os meus alguma vez pasmaram!
Deste modo, o assunto deixou, de todo, de ser impessoal e descaracterizado.
Qual será a pessoa, que não um filho, que merece todo este sofrimento pessoal ao ponto de os olhos perderem o seu fulgor? Se souberem alertem-me, P. F.!