Intitulatio [dar-se a si próprio um título].

terça-feira, 20 de novembro de 2018


Sete… sete ANOS transpuseram a última publicação… sete anos deixaram marca, sete anos deixaram, deixam e deixaram (sempre!) saudades! Saudades de escrever? Sim…. Saudade de deixar de escrever (ao ponto de ter essas melancolias, de ter lágrimas nos olhos)? Claro que sim…. Saudades….. Saudades de me sentir amado? Sim, ainda mais do que escrever… Saudades (enormes) da minha mãe, saudades da única pessoa (a passos iguais com a avó paterna e do meu melhor – e começo a acreditar que único – falecido – há uns trinta anos – amigo Paulo Raposo) que se preocupava, que me  questionava e me observava….
Acreditando (sim, porque nunca irei discutir este assunto com alguém) na santíssima trindade, tive a felicidade, na terra, na missa efémera existência, no escasso período de felicidade,  de ter mãe/avó/Raposo no meu quotidiano, de os ter na minha felicidade, de viver e partilhar todos os seus momentos….  Mas essa felicidade pariu a desinfelicidade do desgosto pois os três, do nada morreram, desapareceram do meu e do respectivo quotidiano, deixaram-me desamparado, desprotegido…. Os três apenas vivem, nos dias de hoje, tal como a minha escrita, na minha percepção, nos meus sentimentos, nas minhas lágrimas….. No meu íntimo, no deserto dos meus conhecimentos….
Motivo de tristeza? Motivo de alegria (escrever)? Sim, tudo é justificado nos dias que vivo…; Diversos motivos… Diversos? Sim…. Motivos diversos que se resumem ao esbanjar tempo com simulados “amigos” que, curiosamente, se chamam “Zé” e moram na porta ao lado, pela tentativa de matar o tempo e respectivas preocupações com litros de álcool, com litros de cerveja, com tudo o que te possa toldar o pensamento e existência….. Com tudo o que nos faz sentir? Com tudo o que nos faz enganar?
São sete anos preenchidos com a merda/porqueira do dia-a-dia (acho que com o acordo não há hífens…..quero que se foda!); são seis/sete anos em que putos, tal como, os que servirão como exemplo, sobrinhos chamados Diogo, afilhados João Pedro ou filhas Teresa e Joana, crescem e desaparecem dessa merda de existência a que chamam (contra a minha vontade) de vida, deixando apenas saudades e lagrimas na vida….
Vida sim, existência não…. Vivemos porque respiramos,  existimos porque sofremos. Sofremos porque somos parvos; Parvos por nos preocupar, chorar ou lembrarmo-nos  de tal gente; Gente como, mais uma vez, como padrão, sobrinhos chamados Diogo, afilhados João Pedro, filhas Teresa e Joana ou irmãs (apenas pelo elo parental – pai – e não de sangue pois recuso qualquer semelhança com tais bestas) Isabel ou Beatriz; gente que não merecem a lembrança, quanto mais o meu sofrimento ou a minha saudade… Mas que, infelizmente, as têm…..
Sete anos em que em nada me metamorfoseei, transformei mas em que o sofrimento empubesceu; Sete anos em que o que me rodeia cresceu e eu me preservei…..Sete anos em que me adormeci em álcool, em distracções ….. Sete anos em que deixei de escrever mas que não consegui findar as saudades, ou a mágoa, instigadas pelas existência ou apedeutismo dos sobrinhos que sempre se chamarão Diogo, afilhados João Pedro, filhas Teresa e Joana  ou irmãs Isabel ou Beatriz….. É a vida…. Quantos mais anos passarão????????